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Coach c/ C grande

Talvez uma das principais noções introduzidas em PNL surgiu com a chamada Programação NeuroLinguística  de 3ª geração. A distinção aqui introduzida foi o conceito “generatividade”. Refere-se à descoberta, atualização e enriquecimento dos nossos recursos interiores de tal forma que contribuam para a criação de um resultado inovativo no grande quadro de um mundo melhor, algo que nunca existiu. É como sair da zona a que nos habituámos e dar um passo para um espaço aberto, o espaço da incerteza onde o novo, “aquilo que nunca existiu”, possa emergir.

Pretendem-se no Coaching Generativo mudanças ao nível da identidade e da experiência que as pessoas têm em relação aos sistemas maiores. Aspira-se por chegar a uma situação genuinamente humana engajada num processo de contribuição para a construção de um mundo “de que os seus futuros habitantes se orgulhem de pertencer” como é formulado por Robert Dilts. Isto é válido tanto para a nossa vida pessoal como para empresas e outras organizações.

A este tipo de coaching, Robert Dilts chama “Coaching com C maiúsculo” para o distinguir do coaching tradicional. Para isso diferencia-o de outras formas de acompanhamento e ajuda. Dilts refere-se ao “Coaching com C maiúsculo” quando o apoio ao outro, dentro ou fora da organização, ultrapassa os níveis de simples guia, coach, professor, mentor ou sponsor. O seu novo papel é o de “awakener”. Move-se ao nível neurológico da “transmissão”, que dizer, leva as pessoas e as empresas a realizarem uma conexão relacional com a sua missão no mundo, visão do seu objetivo último, responsabilização e contribuição para com a sociedade e para com o planeta.

Isso tem grandes consequências para o coach. Exercer Coaching Generativo vai mais além que uma simples profissão. O Coach deve ser ele mesmo como pessoa aquilo que está a facilitar e a ajudar o que está a despertar no coachee – é essa uma das diferenças que faz a diferença. O Coach encontra-se num estado de autoconsciência, grande conexão e presença no aqui e agora. Sem esse estado nada pode acontecer de mágico na relação. A esse estado numa relação no processo de coach, Dilts fala de expressão da alma. Nas suas palavras:

“Quando o nosso corpo (a mente somática) e o nosso intelecto (a mente cognitiva) estão conectadas como dois dançarinos respondendo à música da vida (o campo), então a alma é o veículo para a expressão e sentimo-nos mais vivos, com maior satisfação, mais intuitivos. Sentimo-nos mais em casa no mundo. Carisma, paixão e presença emergem naturalmente quando estas duas forças (ego e alma; visão e ambição) estão alinhadas. Os resultados ótimos surgem quando o ego está ao serviço da alma”.

O treino básico de preparação para um coach  é o chamado treino do Estado COACH, cujas siglas significam: um estado sensorial centrado, absolutamente aberto e consciente (awareness), conectado a si mesmo e a todo o espaço fora de si, e absolutamente disponível para abraçar tudo o que ,possa surgir vindo de si e do exterior. Liberto das suas rotinas mentais e emocionais, esse estado permite ao Coach abrir-se para um campo de inúmeras possibilidades fora do comum.