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Estado de COACH

O estado COACH é uma prática para chegar a um estado psicológico oposto ao estado natural de stress, o estado em que a maioria de nós passa a maior parte do tempo. Através dessa prática, desenvolvida a partir da PNL e do Transe Generativo e inspirada na cultura oriental, podemos facilmente chegar a um estado que nos vai permitir viver uma vida de forma tanto mais saudável, empática e aprazível, como naturalmente funcional.

Perceber melhor o estado COACH torna-se mais fácil se tomarmos maior consciência do que não é esse estado, o nosso estado tornado natural na sociedade em que vivemos, estado esse que denominamos através da sigla CRASH:

C ontraction refere-se ao estado do corpo, a qualquer contração neuromuscular não necessária; tensões, desde as mais visíveis às mais subtis. Refere-se ao aparecimento e manutenção de sintomas psicossomáticos como resultado de um estado de constante alerta perante possíveis perigos e ameaças.

R eaction tem a ver com automatismos tais como a reatividade repetitiva característica do funcionamento em piloto automático. Perante um obstáculo essa reatividade caracteriza-se por um comportamento de luta ou fuga ou simplesmente por inação, congelamento, paralisação física e psíquica ou completa resignação.

A nalysis significa aqui análise cognitiva característica daquilo a que chamamos uma cabeça sem ligação ao corpo (cabeça sem corpo), uma fuga na racionalidade, na lógica, levando, por vezes, a uma completa ausência de sensações, ou melhor, tentativa de controlo dos sentimentos e das emoções.

S eparation é a sensação desconfortável, às vezes sentida como pano de fundo na nossa vida, um sentido de separação caracterizado por lutas, conflitos internos e sensações de nostalgia, tristeza ou isolamento, com esta sensação de não pertencer ou não ser de cá, acompanhada de desejos profundos de paz e o sonho de “voltar a casa” ou algo semelhante.

H urt refere-se aqui a toda a espécie de dor psicológica, a todo o sofrimento, sentido de ferida interna, vazio, falta de significado no que se faz.

O estado COACH é também definido às vezes como a nossa zona interior de excelência ou a melhor versão de nós mesmos caracterizada por foco, clareza, paz, vivência plena do aqui e agora, etc. Mas vai muito para além disso. Para quem está familiarizado com artes marciais, hinduísmo ou budismo, faz lembrar estados definidos na filosofia oriental como nirvana, natureza de buda ou iluminação espiritual.

Não só são reconhecíveis na prática do estado COACH elementos de PNL, por exemplo, a utilização na mesma prática dos 3 sistemas de representação (visual, auditivo, cinestésico), o direcionamento da atenção (up time), o esvaziamento da mente (conhecido como not knowing ), como elementos vindos do aikido (centragem, ponto Hara, Chi ou ki), mindfulness (mente alerta sem julgamentos); são utilizados movimentos, tais como no Tai Chi e mudras que acompanham cada momento do processo, mas também a aceitação incondicional de tudo o que possa surgir no nosso caminho e todos os seres tal como é característico do budismo Mahayana. Também é claro aqui o conceito de campo e conexão que nos faz lembrar algumas noções da quântica. Vejamos:

C entered, centrado, ligado ao corpo, às nossas raízes, à terra e à nossa inteligência somática, à consciência de nós, sobretudo sentida num ponto dois dedos abaixo do umbigo. É na centragem, esta consciência total do corpo e do seu equilíbrio, que assenta todo o processo.

O pen significa abertura ao outro, ao mundo, sentindo o “cérebro cardíaco” situado no coração a expandir-se, deixando cair todas as barreiras, deixando-se tocar e tocando.

A ttending with A warenes refere-se a um estado mental alerta, desperto, consciente. Corresponde àquilo que é conhecido como mindful, em silêncio, observando e presente, livre de apegos a crenças e valores, preconceitos e julgamentos redutores.

C onnected, conectado às nossas três inteligências, a “cognitiva” e a “somática”, (à “cardíaca” e “entérica”) e à “relacional”, quer dizer, com consciência plena do campo que se estende infinitamente à nossa volta.

H olding, hospitaleiro, acolhedor. Este estado que assenta em todos os outros permite-nos abraçar e transformar de forma criativa e inovadora tudo o que possa surgir dentro e fora de nós. É chamada a aceitação criativa porque é uma aceitação que não é nascida da resignação mas, pelo contrário, bem ativa sem esforço. É um estar no mundo, sem luta, em paz, aceitando tudo o que se nos depara pela frente e, em completa harmonia, criando algo no mundo “de que as gerações futuras se possam orgulhar” citando aqui Robert Dilts.

O estado COACH não deve ser tratado de forma isolada, como técnica com um objetivo para resolver algo muito específico. É uma prática contínua dentro do quadro da nossa visão e missão no mundo para transformação ao nível da identidade e da espiritualidade (utilizando aqui os níveis neurológicos de aprendizagem e transformação de Gregory Batesson), enquadrado no nosso propósito de vida. Sem esta dimensão torna-se uma banalidade como muitas outras.